Por Denis Le Senechal Klimiuc
Ser professor não é tarefa fácil. São horas e horas dedicadas à montagem de aulas, correção de provas e trabalhos, avaliação comportamental e de desenvolvimento pedagógico e, também, paciência para aguentar brincadeiras, desaforos e, em sua grande maioria, salários que não condizem com a responsabilidade mantida arduamente em seu dia a dia de trabalho.
Ser professor do Centro Paula Souza, no entanto, é uma tarefa um pouco mais recompensadora. Com 46 anos de história, o Centro Educacional de Ensino Tecnológico Paula Souza desenvolve, semestralmente, novas turmas e novos formandos, preparando seres humanos para o mercado de trabalho e tantas faculdades, itens cada vez mais difíceis de serem conquistados com maestria.
Além de tanto trabalho, o professor é, geralmente, taxado como alguém que mal consegue manter seu estado de saúde em equilíbrio, devido a tantas emoções em constantes turbilhões suportados entre manter sua vida pessoal saudável e sua vida profissional promissora. Diante da educação, cada vez mais deixada de lado em orçamentos públicos e privados, a vida dos docentes é algo a ser analisado com cuidado. Aqui, uma pequena homenagem a esse profissional que, desde 15/10/1827, data na qual Dom Pedro I oficializou a profissão em solo tupiniquim, é amado e odiado com tanta força quanto tenta se manter em pé diante de sua rotina sofredora.
A vida funcional do professor
Nas Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) do Centro Paula Souza, os professores são contratados de duas maneiras: por Processo Seletivo ou por Concurso Público. A primeira opção se refere a contratos por prazo determinado, aqueles válidos por 1 ano com possibilidade de prorrogação de mais 1 ano; a segunda opção, por sua vez, é feita com validade indeterminada, ou seja, o docente passa pelas provas e se torna funcionário público permanente.
Além disso, o Centro Paula Souza oferece oportunidades de ampliações, o que resulta em docentes multiplicando suas aulas (sem passar a carga horária mensal de 200 horas) para outras Etecs/Fatecs, permitindo maior aproveitamento das disciplinas que possam ministrar compondo o máximo permitido de sua carga horária semanal e mensal.
Com possibilidades de coordenação de curso, pedagógica, de projeto e outras formas de assimilação e desenvolvimento pedagógico, os docentes do Centro Paula Souza são considerados experts em suas áreas, devido ao constante aperfeiçoamento profissional ao qual buscam. Para dar aula no Centro Paula Souza, portanto, é necessário ter uma graduação, podendo ter maior aproveitamento na hora de atribuir aulas quando o currículo conta com licenciatura na área pretendida.
Recompensa-a-dor
Pois, sim, ministrar aulas é difícil e cansativo, como todos sabem. Enquanto profissionais do Centro Paula Souza, contratados através do regime trabalhista previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), os professores são o alicerce dessa autarquia do Governo do Estado de São Paulo, mantendo alto o padrão de ensino graças à busca constante por melhorias em suas aulas e acompanhamento pedagógico com cada aluno.
Para ilustrar um pouco mais o termo “recompensa-a-dor”, fica evidente que a profissão é um exercício constante de paciência, criatividade e liderança, na qual os jovens sentem-se seguros com o professor que souber lidar com tantas personalidades diferentes – o que não se reflete, necessariamente, no lado pedagógico do profissional. Por outro lado, quando a dor de aprender a lidar com tudo isso ao mesmo tempo passa, nada é mais recompensador do que ver, no dia a dia, o aprendizado daquilo que tanto foi estudado e planejado para ser aplicado em sala de aula.
Por isso, sim, a dor do dia a dia é grande. O professor do Centro Paula Souza tem jogo de cintura constante, seja em cursos técnicos ou no Ensino Médio Integrado ao Técnico, no qual o jovem entra para o ensino médio regular com a escolha da modalidade do técnico já feita no ato de inscrição. A exemplo disso, a Etec de Sapopemba possui três modalidades: Administração, Alimentos e Informática – o jovem de cerca de 14 anos, ao prestar o Vestibulinho, deve escolher o curso técnico e isso, para o professor, significa jogo de cintura ainda maior. Mas as recompensas, para quem ama educar, realmente valem a dor ao ter cada formando com seu diploma em mãos.